A luta pela constância
- Marina Rodrigues
- 11 de jun.
- 3 min de leitura
Se tem algo que posso dizer com muito orgulho é que eu mudei, e mudei para melhor. Me sinto bem mais confiante para correr atrás dos meus sonhos, mais ousada para aceitar novos desafios, mais determinada para dizer o que penso sem medo do que os outros vão pensar e, o melhor de todos, estou mais pontual!
Mas ainda tenho muito a conquistar, e uma das coisas que sinto que preciso trabalhar é a minha constância e persistência. Este blog é o exemplo vivo disso, tem meses que não posto aqui. Com a correria da vida e a falta de tempo, acabo gastando as poucas horas livres que tenho rolando feed de redes sociais com a desculpa de precisar descansar.
Não preciso falar dos efeitos negativos das redes sociais, a gente já sabe todos eles, só que não consegue ficar sem elas porque são úteis para o trabalho e vida social. Não sou dessas que vê como única solução deletar todos os perfis e aplicativos, mas se eu tivesse o poder, teria sugerido criar as redes sem o fator viciante.
A química do nosso cérebro gosta da sensação de prazer. Eu, pelo menos, acho uma luta injusta colocar o prazer de sentar por uma hora lendo um livro versus o prazer de assistir 15 segundos de vídeo. É claro que vou preferir a dopamina rápida e sem esforço com os 15 segundos.
Se nosso cérebro precisa e gosta da dopamina, por que então devo privá-lo de algo que teoricamente é bom? Qual é o real problema de descansar mexendo no celular ou maratonando séries e filmes? A raiz do problema não está então no resultado ou na fonte, mas na essência.
Fomos criados para ter contato com a natureza e criação. No livro de Gênesis, depois que Deus criou todas as coisas, ele dá ao homem o dever de cuidar do jardim (Gn 2:15). Ele criou todas as plantas e animais no nosso ecossistema para que cuidemos deles. Por isso que buscamos relaxar indo para a natureza ou tentamos combater nossa solitude com animais de estimação e plantinhas. Porque quando voltamos à essência da nossa criação, encontramos o real prazer e sensação de satisfação mais duradoura.
Essa seria uma forma rápida e concisa de tentar explicar que, se estamos vivendo de acordo com a vontade de Deus, nós encontraremos uma sensação de prazer e significado mais profundo, estaremos de acordo com o propósito pelo qual fomos criados e existimos. Porém, desfrutar dessa bênção é uma escolha.

Por isso que em Gálatas o apóstolo Paulo diz que o fruto do Espírito é o domínio próprio (Gl 5:22-26) e nos orienta a permanecermos firmes na liberdade (Gl 5:1). Porque liberdade de verdade é não estar escravo ou limitado a realizar aquilo que eu sempre desejo, mas sim ter a capacidade de me controlar e escolher aquilo que realmente vai me fazer bem, seja fisicamente, mentalmente ou espiritualmente. Se eu estou o tempo todo fazendo o que quero, eu me torno escrava dos meus desejos, a minha vontade e busca pelo prazer me domina. Porém, não fui criada para o meu prazer, mas para o prazer de Deus.
Se dependesse de mim, eu viveria comendo apenas hambúrguer, pizza e batata frita. Afinal, é tão gostoso, mas eu sei que se comer isso todo dia em todas as refeições, meu corpo vai ter falta de nutrientes e vou acabar ficando hipertensa. Por isso me controlo para ter uma alimentação saudável e balanceada, renunciando o meu desejo por comidas gordurosas o tempo todo para que eu possa desfrutar de uma pizza e hambúrguer sem peso na consciência no momento certo.
Logo, o viver para Cristo exige renúncia dos meus prazeres momentâneos, rápidos e fáceis de conseguir, para conquistar o prazer que está de acordo com a essência da minha criação e propósito. Por isso ter constância e persistência é algo que considero muito importante e desejo me aprimorar, porque quero poder ser capaz de ter o domínio próprio de renunciar horas rolando feed para fazer algo que eu gosto e considero relaxante e prazeroso, como caminhar em um parque, escrever, pintar, andar de bicicleta ou ler um bom livro.
Para mim vale mais estar conectada com a minha essência e propósito do que buscar por formas rápidas e momentâneas de satisfação e dopamina instantânea. E por isso luto contra as redes sociais e outras questões que me distraem e me fazem perder o foco, porque eu sei que há coisas melhores para gastar o meu tempo e depende apenas da minha persistência na renúncia para realizá-las e torná-las constantes.
É uma luta constante de todos, alguns já estão em um nível mais elevado de conquista.
Domínio próprio, persistência e constância
Lindo e necessário..